Desde junho o presidente da Generalitat de Catalunha, Puigdemont, o governo da província (coalição burguesa JxSí entre CDC, ERC, etc.) e a maioria do parlamento da Catalunha (JxSí mais os nacionalistas pequeno-burgueses da CUP) preparam um referendo. Nas últimas eleições regionais, em 27 se setembro de 2016, as duas coalições nacionalistas catalãs obtiveram a maioria absoluta no parlamento (72 deputados em 135) mas ficaram minoritárias as vozes (47,8% dos sufrágios esprimidos). A questão que seria colocada aos eleitores no dia 1 de outubro é a seguinte: “¿Voleu que Catalunya sigui un estat independent en forma de república?” (“Não quer que a Catalunha se torne um Estado Independente na forma de uma república?”).
Os residentes de nacionalidade não espanhola são excluídos desse escrutínio pelo governo nacionalista catalão.
O presidente da nação espanhola Rajoy e o governo do PP (um partido burguês fundado pelos herdeiros do franquismo) negam-lhe o direito de consultar a população. O Tribunal constitucional – uma institução burguesa cujos membros são nomeadas pelo monarca que foi legado por Franco – proibiu o referendum: prenderam 14 membros do governo JxSí, apreenderam o material eleitoral, interveio a polícia (protegida pelos Mossos da polícia catalã) na sede da CUP…
No dia 11 de setembre, um milhão de pessoas manifestou contra as medidas reacionárias e pelo direito de decidir de seu próprio destino.
No interesse dos trabalhadores, nem a Catalunha nem nenhum outro território deve ser nantido à força na Estado espanhol. É escandaloso que o PSOE, o principal partido oriundo da classe operária, alinha-se ao lado da monarquia franquista e do governo do PP.
De onde parte o Estado espanholista que reprime grevistas, imigrantes, os combatentes nacionalistas vascos e, com muito menos violência, os dirigentes oficiais catalães? Ele parte do franquismo! O Estado burguês salvou-se da crise revolucionária de 1974-1978 pelos partidos sócio-patriotas (stalinistas do PCE, sociais-democratas do PSOE), a burocracia sindical (CCOO, UGT) e os partidos nacionalistas burgueses (PNV de País Vasco, CiU de Catalunha…). Devido a falta de um partido operário de tipo bolchevique, a colaboração de classe salvou o capitalismo, restabeleceu a monarquia conforme o desejo de Franco, manteve as últimas colônias e as nações oprimidas no regaço do Estado espanhol.
Son a ameaça da revolução proletária que estourou em Portugal e aflorou na Espanha em 1974, a burguesia espanhola, com o apoio da União Europeia – a qual ela se juntou – concedeu algumas liberdades democráticas e outorgou uma grande autonomia 17 regiões autônomas. O catalão (também falado massivamente em Valência e um pouco na França) tornou-se a língua oficial da Catalunha, a região mais avançada e maís rica do capitalismo espanhol. A burguesia catalã se apressou, assim como a basca, para constituir sua própria polícia, os Mossos d’Esquadra (21 000 policiais).
Mas isso não é suficiente para tentar sua sorte na União Européia – não é suficiente para uma fração significativa da burguesia e de sua representação política que, como na Escócia, em Flandres, em Veneza e na Lombardia, quer se emancipar da tutela do antigo Estado nacional, tentar sua chance na União Europeia – como dizemos – e neutralizar a luta de classe de seus explorados através do veneno do chauvinismo (a prentendida unidade dos exploradores e dos explorados de uma “nação” como as outras “nações”.
As organizações centristas (AC-SUQI, LI-UIT…) oscilam entre Podemos-Podem e a CUP apoiam a separação fomentada pelo nacionalismo burguês. Mas, apesar da autonomia, a exploração, a precariedade, o desemprego, a pobreza, o racismo, a sobre-exploração e a violência contra as mulheres continuam a castigar sem consideração a Catalunha, como o resto da Espanha e de Portugal. A indepêndecia não mudaria nada. Os mais oprimidos hoje em dia na Espanha, devido aos seus traços étnicos, à sua dificuldade de falar bem o castelhano ou o catalão, devido à sua religião, não são os Catalães, nem mesmo os bascos, mas os trabalhadores imigrados. A indepêndecia não mudaria nada.
Já há muitas fronteiras na Europa e no mundo. Um pequeno Estado só escaparia da tutela de Madrid para se afundar aínda mais na dependencía com relação da Paris, a Berlin, a Washington.
O interesse da classe operária é o quadro econômico e político que fôr o mais amplo e o mais democrático possível. A acusaço feita pela vanguarda comunista e internacionalista a “União Europeia” desunida e burguesa é a sua incapacidade em suprimir as fronteiras arcaicas e a ignóbil opressão imposta ao povo grego, opressão está decidida em commun pelos governos imperialistas alemão e francês. Para a unidade de nossa classe, a vanguarda defende o direito daqueles que se sentem catalães na Espanha, partidos (PSOE, Podemos, IU…) é sindicatos (CCOO, UGT), devem-se pronunciar sobre essa questão e empreender conjuntamente um combate contra Mariano Rajoy e Felipe Bourbon.
Mas a vanguarda aconselha aos explorados a não se separar de seus irmãos e irmãs do resto da Espanha, e de levar a luta juntos contra todos os capitalistas. Essa luta preconiza a construção dos Estados-Unidos socialistas da Europa e a Federação socialista do Mediterrâneo.
Liberação de todos as militantes catalães e bascos aprisionados na França e na Espanha!
Que o Estado espanhol respeite o referendo da Catalunha! Direito ao povo catalão e ao povo basco de se separar da Estado espanhol e do Estado frances!
Os mesmos direitos para os trabalhadores imigrados! Restituição a Marrocos dos territoríos encravados do Estado espanhol!
Dissolução do exército professional e de todas as polícias burguesas, incluindo os Mossos! Armar o povo!
República! Governo das trabalhadoras e trabalhadores! Federação socialista ibérica! Estados socialistas da Europa!
23 de setembro de 2017 Coletivo revolução permanente