A ONU está estrangulado a economia do país: sanções em 1950, em 1955, em 1961, em 1975, em 1978, em 2017. A ONU já travou uma guerra na Coreia do Norte de 1950 à 1953, devastando o país. Os 5 membros permanentes do Conselho de Segurança são hoje potências imperialistas – a Chína e a Rússia incluídas. Todas essas potências possuem armas atômicas, mais numerosas, mais aperfeiçoadas e infinitas vezes mais perigosas que a da Coreia que é uma pequena nação, economicamente atrasada.
Os EEUU colonizaram uma parte de Samoa, do Havaí e de Guam em 1898, isso a milhares de quilômetros de seu territórrio. Eles os controlam até hoje. E ainda, os EEUU instalaram bases militares para defender não o povo americano, mas os grandes grupos capitalistas desse país. O estado americano é o único que utilizou duas bombas nucleares, em 1945 contra a população civil do Japão. Devido ao seu ódio com relação à URSS – que não havia suprimido ainda todas as conquistas da Revolução de 1917 – o estado americano dividiu a Coréia em 1945. Hostil à revolução chinesa e à expropriação feita aos capitalistas, ele atiçou a guerra da Coreia em 1950. O estado maior americano tinha até encarado a emprego da arma atômica durante o conflito. Somente a intervenção da China pôde salvar a Coreia do Norte da invasão imperialista da qual participaram os exércitos britânico, canadense, francês, belga, turco…
No Oriente-Próximo o Estado americano sustentou, a partir de 1945, a colonização da Palestina e de Israel. No resto da Asia, o estado americano aconselhou, financiou e armou o exército da Indonésia e os islamistas para que eles massacrassem centenas de milhares de pessoas (membros do Partido Comunista ou simplesmente pessoas que eram etnicamente chínesas. O imperialismo americano sustentou o islamismo no Afeganistão para impedir qualquer revolução social e para enfraquecer a URSS de 1979 a 1989. Ele designou como alvos as nações que chamou de “Estados sacanas”: a Coreia do Norte, o Irã, o Iraque. Os EEUU invadiu o Afeganistão em 2001 e o Iraque em 2003.
O governo americano já não mobiliza a ONU contra seus aliados (Israel, Índia, Paquistão) que estão munidos de arma atômica. Mas, ao contrário, a Coreia do Norte é ameaçada há mais de 60 anos pela existência em sua fronteira de 25 000 soldados americanos, dotados de várias centenas de mísseis nucleares tácticos, e de um sistema de mísseis anti- mísseis (THAAD), sem falar dos submarinos arremessadores de engenhos nucleares americanos e de mísseis intercontinentais nucleares americanos.
O objetivo do governo americano é o de submeter o mundo inteiro: os países dominados (entre eles o Irã, a Venezuela e o Brasil) e mais além, seus rivais (a China, a Alemanha, o Japão…). Ele mesmo ao restabelecer o capitalismo em toda a Coreia, fazendo com que a Coeria de Norte seja absorvida pela Coreia do Sul; o Estado americano poderia dispor de bases militares e de tropas na fronteira de seu principal concorrente, a China.
Diante das medidas tomadas pela ONU e às ameaças imperialistas, a Coreia do Norte deve ser defendida. Isso não implica absolutamente a aprovação de seu atual governo, que está enfraquecido por toda sua política interior e exterior, por seu totalitarismo, sua estratégia militar e sua gestão da economia.
A corrida às armas realizada por Kim Jung-un revela-se incapaz de defender a propriedade coletiva e mesmo a independência nacional apesar da retórica chovinista do “juche”, uma variante da ideologia stalinista do “socialismo em um país” (aénda mais ridícula na metade de um pequeno país do que na desaparecida URSS).
De fato, o déspota é o remate e ao mesmo tempo o árbitro da burocracia nacional de Estado que usurpa o poder dos trabalhadores há mais de meio-século. Os burocratas e a família reinante não só oprimem a população, mas vivem luxuosamente às suas custas. O militarismo sangra literalmente a população (extorquindo-lhe tudo) e desloca a economia planificada. A autarcia anunciada é um mito. A fome até afetou o país nos anos 90 quando o capitalismo foi restabelecido na Rússia e na China. As sanções da ONU, mesmo quando a China já praticamente não as aplica, prejudicam a economia e afetam essencialmente os trabalhadores do campo e das cidades.
A dinastia do Kim se inclina cada vez mais em direção ao capitalismo. O regime não apenas aluga à burguesia russa milhares de trabalhadores, tolera o contrabando em grande escala com o capitalismo chinês, mas abriu mais de 20 “zonas econômicas especiais” aos capitalistas estrangeiros desde 1991, usando o modelo chinês da restauração do capitalismo: Rajin-Songbong no mar da Japão, Whiwa e Hwanggumpyong na fronteira com a China, Kaesong na fronteira sul-coreana (que a Coreia do Sul fechou em 2016)… Essas zonas deixam entregues os proletários sem direitos à exploração mais feroz levada a cabo pelos capitalistas da China, de Taiwan, de Singapura. Desde o ano de 2002, as empresas privadas estão sendo incentivadas, e os capitalistas locais marcam presença começando pelas reuniões de cúpula da administração e do exército.
A verdadeira defensa da Coreia do Norte diante dos EEUU e de seus cúmplices passa pela mobilização das trabalhadoras e dos trabalhadores do mundo inteiro e em primeiro lugar trabalhadores dos EEUU e de toda a Coreia.
União de todas as organizações operárias, partidos e sindicatos, pela abolição de todas as sanções da ONU contra a Coreia do Norte, pela suspensão das ameaças militares americanas, pela retirada de todas as tropas americanas da Coreia e de toda a Ásia, do Oriente nascente ao Japão, pelo fechamento das bases de Guam e do Havaí!
Liberdade para as trabalhadoras e os trabalhadores de toda a Coreia! Reunificação da Coreia pela liquidição do Estado burguês ao sul, e pelo derribamento da borocracia no Norte! Governo operário e camponês em toda a Coreia designado pelos conselhos de trabalhadores!
Expropriação dos grupos capitalistas nacionais e estrangeiros! Planificação da economia unificada sob o controle dos produtores! Estados-Unidos Socialistas do Asia do Leste!