Governo KKE – Syriza!
Fora ministros burgueses!

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Fora ministros burgueses!

Um voto em massa para Syriza

No dia 25 de janeiro, os trabalhadores gregos votaram massivamente por Syriza (coalição da esquerda radical, 36,3 % do eleitorado) que tinha prometido anular a dívida dos governos ND e PASOK. Outras não tendo confiança em Syriza, votaram em outro partido, um partido herdeiro do stalinismo, o KKE (Partido comunista da Grécia: 5,5 %).

Os trabalhadores não mais podendo sofrer as consêquencias da depressão que afeta o capitalismo grego desde a crise mundial de 2007-2009, as consêquencias da política reacionária dos governos burgueses e da Troika (UE, FMI, BCE, ou seja a União Europeia, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Central Europeu): 27,6 % de desempregados, menos 38 % para os salários, menos 44 % para os aposentadorias…

Contrariamente o grande capital (incluindo os armadores), a Igreja cristã ortodoxa (o maior proprietário de terras) continuaram a escapar dos impostos. Como por todos os lados, a austeridade afetou a saúde pública e a educação pública mas poupou a polícia e o exército.

Die Linke (Partido de Esquerda alemão), o NPA (Novo Partido Anticapitalista), o PCF (Partido Comunista Francês) e o PdG (Partido de Esquerda) semeian ilusões com relação a Syriza. Os trabalhadores da França e da Alemanha não se devem contentar com frases ocas por um partido que tem também o apoio da FN (Frente Nacional). A responsabilidade das organizações operárias alemãs e francesas é de combater a favor da anulação das dívidas dos bancos de seus países e de seu Estado sobre a Grécia.

De fato, os empréstimos da União Europeia serviram para salvar os bancos gregos, alemães e franceses que tinham emprestado ao Estado grego e que permitiram que o exército grego continuasse a comprar de grupos capitalistas alemães e franceses (26 bilhões de euros no ano passado somente utilizados para que a Grécia comprasse armas às industrias francesas).

32 “jornadas de ação” para salvar os governos burgueses

O descontentamento da classe operária foi contido pelas direções sindicais que dissiparam a combatividade dela com 32 “jornadas de ação”, em lugar de convocar à greve geral que teria podido contrapor-se aos ataques e desfazer os governos burgueses ND ou PASOK ou ND-PASOK.

Syriza, o KKE e Antarsya apoiaram essas diversões, assim como pediram para que se respeitasse o parlamento, para esperar as eleições e também reconheceram a legitimidade dos governos ND, PASOK ou ND-PASOK. Eles tiveram o cuidado de evitar encorajar a formação dos órgãos soviéticos. Ao contrário, o KKE dividiu de maneira agressiva os grupos operários e estudantis: cisão dos sindicatos, manifestações separadas, campanhas baseadas e centradas em contra de outras organizações à sua direita (Syriza) e à sua esquerda.

Depois das eleições legislativas, longe de se comprometer na formação de um governo operário baseado num programa conforme aos interesses dos trabalhadores, os dois partidos deram as costas um ao outro. O KKE exige previamente a saída da União Europeia dando a crer que o capitalismo grego se teria saído bem melhor com a dracma e fechando suas fronteiras.

Syriza formou uma frente popular com um partido burguês

A primeira visita do presidente de Syriza foi ao chefe da Igreja ortodoxa. Syriza escolheu aliar-se com os AN.EL (Gregos independentes: 4,8 % dos votos), um partido burguês nacionalista, cisão de direita do ND, ligado à Igreja e ao exército, antimigrante et antisemita. O pretexto de Syriza é que é preciso criar uma união nacional entre os partidos que querem arrancar o país das garras do estrangeiro. A base do governo é então o Estado burguês, o capitalismo e o nacionalismo. Contra a revolução, o socialismo e o internacionalismo. Sem enfrentar a burguesia, o destino dos trabalhadores não poderia melhorar e os fascistas (XA, Aurora Dorada: 7 % do votos; LAOS: 3 %) podem ver-se reforçados. Uma das primeiras medidas do governo do Partido Bolchevique e do Partido Socialista Revolucionário de Esquerda foi a anulação da dívida da burguesia rusia (fevereiro de 1918). O primeiro anúncio do governo de Syriza e dos AN.EL foi o de reconhecer a dívida de sua burguesia para com as burguesias alemã e francesa apenas pedindo-lhes um novo arranjo. Devem os trabalhadores continuar a pagar os bancos e o exército no lugar dos armadores e dos bispos?

Da mesma maneira o governo da frente popular declarou que não voltaria atrás com o respeito às privatizações anteriores. Nem cogitar sair da OTAN nem fechar a base militar americana em Creta.

Para a ruptura com a burguesia

Todos os trabalhadores, os que se abstiveram ou os que votaram por Syriza, KKE, Antarsya, OKDE-EP ou EEK, que tinham a nacionalidade grega ou eram imigrantes, devem organizar-se conjuntamente em comitês de empresa, de bairro, de caserna, de cidades.

  • para exigir a ruptura de Syriza com a burguesia,
  • para anular totalmente a dívida e as privatizações,
  • para desarmar os nazistas, a “polícia anti-agitação” (MAT) e o estado-maior,
  • para conseguir que haja uma escala móvel dos salarios e das horas de trabalho
  • para separar a Igreja do Estado
  • para reconhecer os mesmos direitos aos trabalhadores estrangeiros…

Com seus comitês e sua centralização, o proletariado poderá establecer seu governo, armar o povo, expropriar os capitalistas e abrir a perspectiva dos Estados Unidos Socialistas da Europa e da Federação Socialista do Mediterrâneo. Para isso é preciso que se constrúa un partido comunista internacionalista.

Coletivo Revolução Permanente (Austria, França, Peru)